Natural de Lisboa, Victor Sá Machado, vive desde 2005 em Escalhão, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, porque decidiu regressar às origens. Com formação no Instituto de Artes Visuais e Design de Lisboa, Victor trabalhou em publicidade e televisão - em trabalhos como os "Jogos Sem Fronteiras" ou a telenovela "Chuva na Areia", entre outros em que participou como cenógrafo e aderecista - e também como desenhador gráfico e caricaturista.
O regresso à terra da sua infância era um projecto que tinha contratado com o tempo, porque se cansou de uma Lisboa muito "antipática", que quis deixar diariamente, para ir fazer escultura e aproveitar os materiais da sua região. Tudo começou com o arame - "um dia tenho de dar destino aquele arame" - e com o tempo que só os artistas sabem medir. Victor descobriu um local em Barca d'Alva, onde "se diz já ter existido" um mar interior, e aí recolhe uma pedra consistente, que na prática para ele "já está toda trabalhada".
"A minha opção não é trabalhar a pedra, é aproveitá-la tal como a encontro, quando ela me sugere uma figura", [...] mas sobretudo, explica, "espero que as minhas peças sejam divertidas. As coisas não podem ser demasiado sérias e dramáticas, porque as pessoas procuram algo que as espante, pela contradição e pela ironia".
Quantos aos apoios e incentivos que encontrou neste seu regresso às origens, Vítor Sá Machado diz que a autarquia local tem sido "simpática","mas, de uma maneira geral as câmaras locais preocupam-se muito com as pessoas que saem para as cidades e ligam pouco aos que regressam à terra".
Na família de Vítor Sá Machado são todos artistas, os irmãos arquitectos desenharam-lhe a casa que está a construir em Escalhão, onde um atelier o espera para novas propostas no "mundo das formas", esculpidas na memória e na tradição de "ser granítico, de ir aos arames e de ser beirão".
Texto adaptado do original de Daniel Gil/© LUSA


3 comentários:
A NATUREZA DANDO UMA MÃOZINHA...!
Largar tudo e mudar de vida implica sempre uma grande coragem e muita força interior, mesmo que a mudança seja um regresso às raízes...
Belo trabalho!
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