sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Recordações de Outrora II



«Para mim, a Reigada fez parte de um tempo mágico em que tinha de passar as férias de Verão na aldeia e de como começava sempre por ir contrariada e acabava por apreciar cada momento passado com os restantes amigos e familiares, alguns bem mais velhos do que eu e que me faziam sentir a aventura de penetrar num mundo mais adulto.

Os passeios nocturnos até às Antas, o receio de passar junto ao cemitério, as conversas intermináveis, os pic-nics no Vale do Homem ou junto ao pinheiro manso, os bailes, algumas récitas…

Para além disso o contacto com o avô João que tanto gostava de trabalhar a terra e o fazia sempre tão bem, com tanto brio. A avó Beatriz sempre pronta a dar conselhos, preocupada com a maior liberdade que as meninas podiam usufruir, todos os tios e tias que sempre nos recebiam com um sorriso acolhedor e nos ofereciam lanchinhos com iguarias que só havia na Reigada. As tardes que passámos nos balcões das casas das amigas, fazendo crochet e sacudindo as moscas que nos perseguiam. Tudo fez parte do nosso crescimento, da nossa aprendizagem de vida para sermos pessoas de bem e responsáveis.

Depois de entrar na Faculdade e no mundo do trabalho, as minhas visitas à Reigada passaram a ser mais raras e só agora, após a morte dos meus Pais, tenho sentido o compromisso e a responsabilidade de não abandonar as terras que pertenceram aos meus Avós e aos meus Pais e de tentar honrar todos os sacrifícios que fizeram para garantir que essa terras transitassem para mim e para o meu irmão.

E pronto, eis-me convertida em agricultora amadora, tentando manter ou mesmo melhorar o amanho da terra, actividade economicamente ruinosa, mas que me dá muito prazer pelo contacto com a imensidão do campo, a ausência de ruído e de multidões que me desesperam em Lisboa e pelo prazer inacreditável de ver crescer as plantas e as árvores e sentir que também estou a contribuir um bocadinho para melhorar o Ambiente e a Natureza»-



Depois de descobrir o Blog da 'Aldeia da Reigada', que muito apreciei,
decidi aceitar o convite para também participar e contribuir um bocadinho.

Maria da Graça Quelho Coelho de Carvalho Paulino de Noronha

29 comentários:

Maria Clementina Libania Cunha disse...

Maria da Graça,você é uma pessoa muito feliz porpoder viver na Reigada, eu apenas mato a saudade olhando essas belas fotos, conheci a sua avó, morava bem perto da casa dela, hoje moro no Brasil à 56 anos, sai da Reigada com 9 anos,mas gardo ma memória cada cantinho.Meus pais eram Amélia Libania e Antonio Cunha.Um grande abraço.

Maria Clementina Libania Cunha disse...

Gostaria muito de ver a casa onde eu morava,era perto da casa do Sr.Figueiredo,na rua que vai para o ribeiro, ao lado da Quinta dos \freires,do balcão da minha casa nós viamos a estrada e ainda hoje fecho os olhos e me vejo ali olhando a estrada.Um grande abraço para todos

Francelina disse...

Sou irma da Maria Clementina e tambem aguardo anciosa, a foto da casa onde moramos ao lado da Quinta dos Freires, por favor realize esse sonhos que temos, obrigada.

Anónimo disse...

Quando resolvi dar o meu contributo para o Blog, tive esperança que entre as fotos que disponibilizei, estivesse a casa de que têm tantas saudades. Depende das regras do Administrador do blog, publicá-las ou não. De qualquer maneira, prometo informar-me acerca da casa que referem e fotografá-la na próxima visita à Reigada.
Ao Administrador(a) do Blog agradeço ter publicado a minha contribuição.
Graça Noronha

Maria Clementina Libania Cunha disse...

Graça Noronha, obrigada por sua resposta e tambem pela ajuda que possa nos dar mostrando a nossa casa.
Um grande abraço

Maria Clementina Libania Cunha disse...

nesta foto lá no fundo tem um telhado alto de cor cinza,essa era a casa do sr. Figueiredo.Já do lado da rua que vai para o ribeiro tem uma entrada encostada a essa casa do Sr. figueiredo,sobe 13 degrause tem um balcão de onde se vê a estrada e o ribeiro essa era a minha casa.Tinhamos tambem outra casa perto do chafariz encostada a estrada onde antigamente tinha uma taberna.

Maria Clementia disse...

Graça Noronha,obrigada por seu interesse em nos ajudar,mas já conseguimos as fotos da nossa casa.Um grande abraço.

Vanda Noronha disse...

De qualquer maneira, aqui ficam mais fotos, não só da casa como da vista que se tem dela :)

http://www.flickr.com/photos/terrasdelgato/

Um abraço

Vanda Noronha

Sonia disse...

Muito obrigada , Vanda! Guardamos essas fotos numa pasta , com muito carinho!Obrigada mais uma vez!

Anónimo disse...

A fotografia que enviaram da casa da tia Maria Piçarra mostra a casa muito diferente do que era. Eu nasci nessa casa e aí vivi a minha infância. Depois que vocês foram para o Brasil a tia Piçarra doou a casa à minha mãe, Maria da Anunciação, filha da avó Ludovina e do avô Francisco e a minha mãe tomou conta da tia Piçarra até ela falecer.
Penso que tenho uma foto antiga da casa. Vou procurá-la e se a encontrar enviá-la-ei.

Maria Clementina disse...

Sim realmente essa casa era da Tia Maria Piçarra,mas ela morava com a minha mãe nessa casa.Quando nós viemos para o Brasil realmente a sua mãe ficou cuidando dela.O seu avô Francisco era irmão da minha mãe.A casa era um pouco diferente essa area onde tem o tanque para lavar a roupa, era um cabanal onde se colocava a lenha, e tambem não tinha aquelas portas grandes embaixo, era tudo aberto,mas gstaria de ver a foto antiga.Um grande abraço querida prima.

Aldeia da Reigada disse...

As fotografias publicadas retratam uma casa com gente dentro, porque há uma familia que a habita, a quem a casa realmente hoje pertence e que com toda a propriedade se refere a essa casa como 'a nossa casa'. É, como se vê aqui nos comentários, uma casa cheia de passado e que povoa o imaginário de muitas infâncias lá passadas mas que foi mudando de proprietários e que hoje já não pertence à mesma família. Doada uma vez ou duas ou três, o facto é que essa casa faz parte do imaginário infantil de uma família mas é agora pertença de outra família, a família Patrício, cujos filhos e netos terão também já as suas próprias referências. É a vida.

Aldeia da Reigada disse...

Cara Graça e/ou Vanda Noronha,
obrigada pelas suas 47 fotografias da casa porque não é de facto minha intenção nem ser tão detalhada acerca do património da Reigada nem os meus tempos atropelarem a inspiração da luz ou do instante contrariando o eterno perfeccionismo que me move.

Colabore sempre que lhe aprouver, os reigadenses por certo que agradecem :)

Maria Clementina disse...

Muito bom o seu comentário
Essa casa nos pertençeu quando moravamos aí.
Viemos para o Brasil e ela passou a pertençer a minha prima Maria Anunciação,hoje não sei a quem pertençe.A casa ficou no passado,mas sempre presente em nossos corações.Quando pedimos para mostrar as fotos da "minha casa",eu me referia a minha casa do passado,embora hoje ela esteja um pouco modificada.Fomos muito felizes nessa casa,esse é o motivo de tanta saudade.Estamos no Brasil á muitos anos,mas continuamos sendo Reigadenses de coração.Obrigada mais uma vez pelas fotos,desejamos que quem mora nessa casa seja tão feliz quanto nós fomos.
Um grande abraço

Aldeia da Reigada disse...

Eu percebi, Maria Clementina. Eu também já vivi muito longe de Portugal e tenho muitas "minhas casas do passado" na minha memória. Sei exactamente o significado de saudade e sei também quão sábio era aquele que disse: «nunca devemos regressar a um lugar aonde fomos felizes» :)

Aldeia da Reigada disse...

«Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz

Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão

Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado

São as regras da sensatez

Por grande a tentação
Que te crie a saudade
Não mates a recordação
Que lembra a felicidade».

Vale a pena acreditar nisto :)

Maria Clementina Cunha Rinaldi disse...

Muito lindo tudo que voçê escreveu,muito profundo e muito verdadeiro.Não vou voltar mais a essa casa e nem a Reigada pois meu passado,presente e futuro está aqui no Brasil em São Paulo, junto do meu marido,meus tres filhos e minhas duas netas ,todos brasileiros.Amo a Reigada mas fico feliz em ver tudo e poder conversar com voçês através deste blog maravilhoso.
Um grande,grande abraço para todos

Maria Clementina Cunha Rinaldi disse...

Não pretendo voltar ao lugar ondefui tão feliz,nem meu coração me diz para voltar.
Sei que nada será como no passado,nem mesmo as pessoas.Não quero matar a recordação que me lembra tanta felicidade.
Diga a familia Patricio para ficarem sossegados.Agradeço por´permitirem tirar essas fotos.Essas fotos foram pedidas pela saudade do tempo passado aí,mas tambempela curiosidade de saber como tudo está agora.Essas fotos serviram tambem para mostrar aos meus filhos e minhas netas como é a Reigada da qual eu falo tanto para eles.Sou muito feliz aqui no Brasil,tenho uma familia maravilhosa e uma casa maravilhosa "a minha casa".
Quero aproveitar para mandar um abraço para a minha prima Maria Anunciação e seus familiares e tambem para a familia Patricio
Obrigada por toda a atenção dispensada a mim.

Anónimo disse...

'A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente'
(L.K.)

Maria Clementina Cunha disse...

Graça Noronha,por acaso sua mãe é a Maria Julia irmã da Leonor e do Armando, a casa que seu avô João Quelho morava é essa casa encostada a casa da Albertina que é sua tia certo?
Gostariamos de saber,pois eramos muito amigos deles eu particularmente era muito amiga do Armando pois eramos da mesma idade e brincavamos muito juntos.
Um grande abraço

Graça Noronha disse...

Peço desculpa por só agora me ter apercebido que havia mais comentários. Sim, minha mãe era Maria Júlia Quelho, falecida há 5 anos. Infelizmente o tio Armando também faleceu há muito tempo (28 anos). Era um tio muito estimado por mim e pelo meu irmão, morou em Lisboa connosco vários anos e como a diferença de idade não era muito grande, sempre o sentimos mais como irmão mais velho do que como tio. O Mundo é pequeno e a Reigada muito mais. Claro que deve ter conhecido todas as pessoas da minha família e tenho a certeza que todos que a conheceram também se lembram de si.
Beijinhos

Maria Clementina disse...

Sim Graça eu conheci toda a sua familia pois frequentava muito a sua casa.Eu e o Armando estavamos sempre juntos, na nossa inocência de criança diziamos que nós nos casariamos pois nos queriamos muito.Mas a vida da muitas voltas e quando eu tinha 9 anos meus pais resolveram vir para o Brasil.Casei aqui com um brasileiro,sou muito feliz tenho tres filhos e duas netas.Minha irmã Lourdes era muito amiga da sua mâe e da Albertina.Aqui no Brasil moramos perto de uma parte da familia da Albertina.Fiquei muito emocionada em saber quem realmente você é e a que familia pertençe. Um grande abraço para você.

Zé Lopes disse...

Só hoje vi este blog e foi preciso chegar ao fim para saber quem é a "Graça". Há tantos anos que não nos vemos... nem o teu irmão Tózé!!! Conheci e fui "sou" amigo do teu tio Armando e da Isabel que encontro muitas vezes na Reigada. Não me lembro muito bem dessa família "brasileira" mas de certeza que se lembram de mim pois segundo me diziam os meus pais eu nasci numa casinha pequena ao lado da que era a casa deles.
Muitas felicidades para todos e visitem sempre a nossa terra!!!

Anónimo disse...

Caro Zé Lopes:
Quem são os seus pais? Sou neta da dona Amélia Piçarra.

Anónimo disse...

Caro sr. Zé Lopes:
Sou neta da falecida dona Amélia Piçarra, e Antonio Cunha. Quem são os seus pais?

Zé Lopes disse...

Olá Bom dia. Os meus pais "eram", porque já faleceram o Júlio Lopes e a Amélia do Nascimento, mais conhecida pela Amélia da Iria que era a minha avó materna.
De certeza que os seus avós conheceram os meus pais pois durante algum tempo foram vizinhos.

Anónimo disse...

Caro sr. Zé Lopes:
Minha mãe se emocionou muito, quando lhe contei quem eram os seus pais . Realmente , ela confirmou que eles moravam ao lado
da sua casa , na Reigada , e que tinha muita amizade com a sua mãe. Não saia da casa dela. Também conhece as suas tias : Elvira, Maria do Céu, Lurdes, e a Carolina, muito amiga dela , que mora aqui no Brasil, em Santos.Manda abraços para todos.

Anónimo disse...

E.T.: Minha mãe se chama Francelina.

Kris disse...

Olá, meu nome é Kristiane Pereira, sou Filha de Luiz Antonio Carrasco Pereira, que é Filho de Augusto Luiz Pereira e Adelaide da Conceição Carrasco, Todos nascidos em Reigada vieram para o Brasil em 1953 quando meu pai tinha 15 anos, ao que parece meu pai é sobrinho da Amelia Piçarro e de Antonio Cunha. Só agora é que vi esse Blog não sei se terei resposta pois essa postagem é de 2009. Estou de viagem marcada para finalmente realizar o sonho de conhecer Reigada, cenário de tantas história que meu pai narrou. Nessa vigem que farei em agosto gostaria de conhecer um pouco do passado da minha família, se alguém tiver conhecimento de parentes por favor responda.